quinta-feira, 1 de julho de 2010

AS ENCHENTES EM ALAGOAS E PERNAMBUCO SÃO UM CASTIGO DE DEUS?


Mais e mais informações estão disponíveis na Internet sobre as enchentes nos estados de Alagoas e Pernambuco. As imagens mostram um desastre! O furor da água destruiu milhares de casas e até cidades inteiras. Ainda nós nos lembramos a grande enchente no ano 2000, mas parece que as enchentes recentes foram mais destruidoras.

As pessoas estão admiradas com os efeitos desastrosos das enchentes e se perguntam sobre os motivos. Foram mencionados vários motivos, como por exemplo, a ignorância das pessoas, que construíram a sua casa à beira do rio; ou a falta de manutenção da infra-estrutura pelo governo; as pessoas falam sobre erros humanos, mas já ouvi algumas pessoas dizer que tudo isso foi o castigo de Deus. Deus está castigando aquelas cidades, que foram atingidas pelas enchentes. Houve pessoas em Barreiros (PE) que estavam dizendo que toda essa água servia para lavar o sangue do padre, que foi assinado naquela cidade.

Fiquei pensativo, quando ouvi isso. Imagine se fosse verdade no caso de Barreiros, isso não explicaria os desastres no resto do estado de Pernambuco, nem as enchentes em Alagoas. Sei que a Bíblia fala sobre a enchente do mundo inteiro na época de Noé; sei também que essa enchente foi causada pela corrupção, porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra (Gênesis 6,12). Por causa disso Deus decidiu dar cabo de toda carne, porque a terra estava cheia da violência dos homens. Então, o dilúvio, que houve na época de Noé, era claramente um castigo de Deus. Sabemos também que Deus fez a promessa (Gênesis 8,21) que não amaldiçoaria mais a terra por causa do homem e não mais tornaria a ferir todo vivente, como fez. Deus não destruiria mais o mundo inteiro pela água, mas isso não quer dizer que Deus não poderia castigar certo local pelas enchentes, da mesma maneira como ele fez com as cidades Sodoma e Gomorra pelo fogo (Gênesis 19).

Apesar disso, devemos ter muito cuidado, quando observamos um desastre e logo tiramos conclusões sobre as vítimas. Um cristão não pode fazer isso. O próprio Jesus Cristo chamou a nossa atenção para não fazermos isso. Lemos sobre isso em Lucas 13. Ali está escrito:
“Naquele mesma ocasião, chegando alguns, falavam a Jesus a respeito dos Galileus cujo sangue Pilatos misturou com os sacrifícios que mesmos realizavam. Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses Galileus eram mais pecadores do que todos os outros Galileus, por terem padecido estas coisas? Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram,eu vo-lo afirmo, mas se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis”. Lendo isso, eu poderia dizer: Ou pensais que aquelas cinqüenta e quatro pessoas que morreram na água eram mais culpadas que todos os outros habitantes de Alagoas ou Pernambuco? Não eram, eu vo-lo afirmo, mas se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.
Essas palavras do nosso Mestre Jesus já nos impedem de tirar conclusões ignorantes e arrogantes sobre a vida das vítimas que morreram pelas enchentes. Mas não é somente isso.

Quem conhece a bíblia, ele sabe que existem muitos motivos, que podem explicar a razão de um desastre. Deixem-me dar alguns exemplos bíblicos.
1) O povo de Israel passou quarenta anos pelo deserto horrível onde eles passaram por muita fome. Qual foi o motivo? O profeta Moisés diz em Deuteronômio 8,2 : “Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no seu coração”.

2) A Bíblia nos mostra também o desastre na vida de Jó. Jó perdeu tudo em um só dia; todos os seus bens e todos os seus filhos. E qual foi o motivo? O motivo foi para provar que Jó era um verdadeiro crente: um homem fiel a Deus. Satanás tinha dúvidas sobre isso. Ele questionou a fé de Jó. Ele provocou Deus dizendo (Jó 1,11): “Estende, porém, a mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face!” Então todos os desastres na vida de Jó serviam para humilhar e prová-lo, para revelar a fé que estava no seu coração.

3) O exemplo do bom Samaritano (Lucas 10). Jesus contou uma parábola sobre um homem, que foi assaltado. O motivo humano era a cobiça dos ladrões; mas existe também um motivo divino atrás disso, porque o homem assaltado servia como abre-olho. Ele estava sofrendo e quem o ajudaria? Os servos de Deus –o sacerdote e o levita – o deixaram sofrer e o passaram pelo outro lado da estrada, mas um estrangeiro –o bom samaritano- parou e o ajudou. Então o homem assaltado servia para revelar a falta de amor no coração do sacerdote e do levita.

4) O exemplo de Sodoma e Gomorra. Deus decidiu destruir as cidades, considerando que o clamor de Sodoma e Gomorra tem se multiplicado, e o seu pecado se tem agravado muito (Gênesis 18,20); Esse desastre foi claramente um castigo de Deus.

5) O exemplo das sete igrejas em Ásia menor (Apocalipse 2 e3); Essas igrejas foram avaliadas por Jesus Cristo e elas foram avisadas: “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não se arrependas”.

6) Existe também o exemplo do Faraó do Egito. Paulo fala sobre este caso em Romanos 9,17. O Faraó perseguiu o povo de Israel e queria destruí-lo; Ele foi uma praga para os Israelitas, mas ele mesmo foi castigado por várias pragas, que Deus enviou. Ele sofreu sob a mão poderosa de Deus e Paulo explicou o porquê: “Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra”.

7) Deus pode mandar desastres para nos alertar e para mostrar: o paraíso não está aqui!
Jesus falou sobre os sinais do final do tempo: E certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer,mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém tudo isto é o princípio das dores.
O objetivo desses sinais é nos assustar e nos acordar para que vigiemos. Porque aquele que está vigiando até o fim, será salvo. Observem os sinais e fiquem vigiando, porque o Senhor voltará. Ele está vindo com as nuvens! As mesmas nuvens, que aparecem nos céus, cheias de água!

Sete motivos diferentes! Isso nos deixa com cautela para não reagirmos prematuramente quando observamos um desastre grande com um número elevado de vítimas. Nós não podemos reagir como os amigos de Jó, que acusaram Jó e lhe disseram: arrepende-te e confessa os teus pecados, enquanto Jó rejeitou essas acusações e defendeu a sua integridade. No final das contas Deus repreendeu os três amigos de Jó, dizendo: A minha ira se ascendeu contra ti e contra os teus dois amigos, porque não dissestes de mim que era reto, como o meu servo Jó.
Jó, que era justo, até devia interceder com orações para que Deus não os tratasse segundo a sua loucura.

Em vez de falar mal das pessoas que estão sofrendo por causa das enchentes, seria melhor orar para todas as vítimas e se lembrar que esse desastre também pode servir para revelar o que está no seu coração! Pensem na parábola do bom samaritano! Nós somos como o bom samaritano que viu a viíima ao lado da estrada e sentiu compaixão e o ajudou? OU somos como o sacerdote e o levita que viram a vítima, que estava sofrendo, mas a passaram sem fazer nada?

Ajude as vítimas das enchentes em Alagoas!
Para doação em dinheiro: Banco do Brasil, ag. 3557-2, cc 5241-8, Corpo de Bombeiros-Al.

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